Maria Soledade de Araújo, A SANTA

* 23/01/1894          + 16/01/1938


MARIA SOLEDADE DE ARAÚJO
Maria Marieta Fernandes, sua filha

Nasceu a 23 de janeiro de 1894, na Fazenda Oiticicas, em casa de seus avós maternos, José Calazâncio Dantas e Enedina Maria de Sant’Ana. Foram seus pais Joaquim Vicente Dias de Araújo e Maria Armelina Dantas.


Maria Soledade; Mariazinha, sua mãe, com Santinha, sua irmã, ao colo; Joaquim Vicente, seu pai; seu irmão Bembém
Caicó, 1906.



Moça prendada e educada com a seriedade que impunha sua época, possuía linda voz, com a qual, cantando modinhas, veio a conquistar Godofredo Fernandes, com quem casou, na Matriz de Sant’Ana de Caicó, no dia 31 de outubro de 1910, com apenas 16 anos de idade.


Como seu pai era comerciante, sempre residiu na cidade; entretanto, não fez nenhuma objeção ao se fixar na Fazenda Saboeiro, onde seu esposo exercia as atividades de fazendeiro.


Assumindo de boa vontade sua nova vida, e como católica praticante, começou a dar aulas de catecismo aos filhos dos moradores, orientava suas esposas em todos os seus problemas, atendia-as em casos de doença com sua farmácia caseira de chás e homeopatias, com toda boa vontade.
A vida do casal era tranquila, havia felicidade em seu lar e já era mãe de 08 filhos quando, no dia 18 de março de 1925, foi acometida por uma forte dor, diagnosticada na época como “dor ciática”, que a deixou paralítica pelo resto da vida.


Passado algum tempo, recomeçou a ter filhos e os teve em número de cinco. Apesar de se locomover apenas em cadeira de rodas, jamais deixou de cumprir seus deveres de esposa, mãe e dona de casa. Continuou sua missão de orientadora cristã aos seus filhos e agregados, ensinando os trabalhos manuais às suas filhas.
Entretanto, foi surpreendida por mais uma enfermidade; em conseqüência dos poucos conhecimentos da medicina, veio a falecer no dia 16 de janeiro de 1938, em Caicó, pranteada por sua grande prole e inúmeros parentes e amigos. Sua ausência foi imensamente sentida, especialmente pelos pequenos órfãos tão sedentos de amor maternal.
Esta é uma síntese da vida desta mulher forte e cumpridora de seus deveres, que não só a família, mas todos os que a conheciam chamavam de santa.
E hoje, quando seus descendentes se reúnem nesta mesma terra onde esta história de amor e devoção aconteceu, nós lhe prestamos uma homenagem de gratidão e saudade por tudo de bom que nos deixou como herança.
Ao lado de Deus, seja muito feliz, Mamãe, e interceda por nós, os filhos seus.

Saboeiro, 22 de abril de 2000.
Texto escrito por ocasião de um encontro familiar,
realizado nesta data, na Fazenda Saboeiro.

Maria Soledade é a primeira, de pé, da esquerda para a direita.
Sentadas, na mesma direção, suas tias Rita Enedina Dantas (Ritinha) e Joaquina Dantas Gurgel (Mãe Quininha).