Quinv'cente e Dona Mariazinha


Para o esposo, Mariazinha;
para os filhos, Mamãe;
para os netos e descendentes, Madrinha;
para os sobrinhos, Tiazinha;
para quem a conhecia, Dona Mariazinha;
para todos, Mariazinha de Joaquim Vicente.

Maria Armelina Dantas
Mariazinha

Maria Armelina Dantas nasceu aos 24 de outubro de 1877, filha de José Calazâncio Dantas e Enedina Maria de Sant’Ana. Do primeiro matrimônio de seu pai, com Maria Jovina de Santa Ana, apenas dois filhos chegaram à idade adulta:
Maria Jovina Dantas (Marica) e
Ludgero Felinto Dantas.

José Calazâncio Dantas, filho de Pedro Celestino Dantas e Rita Miquelina de Sant’Ana. Sua primeira esposa, filha de Galdino José Batista dos Santos e Maria Ana Jovina de Sant’Ana.

José Calazâncio Dantas (Coronel Bembém das Oiticicas)
Enedina Maria de Sant'Ana
(pais de Mariazinha)

Enviuvando, José Calazâncio Dantas, conhecido como Bembém das Oiticicas, casa-se com Enedina Maria de Sant’Ana, filha de Guilherme Soares Pereira e Maria José da Conceição (Mãe Dondon), com quem formou uma família de dez filhos:
Josefa Enedina Dantas (Zefinha),
Maria Armelina Dantas (Mariazinha),
Justino Pereira Dantas,
José Calazâncio Dantas Filho (Zezinho Calazâncio),
Lúcio Pereira Dantas,
Joaquina Clementina Dantas (Mãe Quininha),
Ananias José Dantas,
Rita Enedina Dantas (Ritinha),
Francisco de Assis Dantas e
Joel Adonias Dantas.
 
Mariazinha é a primeira, de pé, da esqueda para a direita.
Na mesma ordem: Zezinho, Quininha, Lúcio, Assis, Joel, Ananias, Rita, Justino e Zefinha.
Sentados, da esquerda para a direita: Enedina, Bembém, Marica e Ludgero.


Outra foto dos filhos do Coronel Bembém
Da esquerda para a direita:
De pé: Justino, Lúcio, Ananias, Assis e Joel.
Sentados: Ludgero, Zefinha, Mariazinha, Mãe Quininha e Ritinha.
Observação: Marica ainda vivia, mas não foi levada por seus familiares para o registro fotográfico.
Pena lamentável!


Todos se casaram e, ao falecer, com 95 anos, o Coronel Bembém das Oiticicas havia conhecido mais de cem netos, além de bisnetos.


Joaquim Vicente Dias de Araújo

Mariazinha casou-se com Joaquim Vicente Dias de Araújo, nascido em 13 de dezembro de 1857, na Fazenda Riachão, município de Jardim do Seridó. No Arquivo da Paróquia de Sant’Ana de Caicó, consta o termo do seu matrimônio:

“Aos trese de Fevereiro de mil oito centos e noventa e tres, na Fazenda Oiticicas, sem haver impedimento, o Revmo. Padre Joel Esdras Lins Fialho, de minha licença, com todas as formalidade do estilo, em prezença das testemunhas os Cidãos Capm. Manoel Vicente Dias de Araújo e Ludgero Felinto Dantas, unio em matrimonio os contraentes meus Parochianos Joaquim Vicente de Araújo, filho legmo. de José Vicente de Araújo e Antonia Jovina do Amor Divno, com Maria Ermelinda Dantas, filha legm. de Jozé Calazanco Dantas e Enedina Maria de Santa Anna do que por ser verdade faço o prezente que assigno. – Pe. Amaro Theot Castor Brasil”.

1906
De pé, da esquerda para a direita:
Maria Soledade, Mariazinha, Santinha (ao colo), Joaquim Vicente e Bembém



Com Joaquim Vicente, que tinha vinte anos de vida a mais que sua esposa, formou uma família de cinco filhos, na seguinte ordem de nascimento:
Maria Soledade, casada com Godofredo Fernandes;


Soledade
Fragmento de uma fotografia em que ela se encontra entre muitas outras moças.

Joaquim Vicente (Bembém), casado com Maria Bráulia Dantas;
Bembém, de pé, ainda solteiro, em 1913

Ana Almira (Santinha), casada com Eloy Cesino de Medeiros;

Santinha, quando adolescente


Santinha e Eloy Cesino, em seu enlace matrimonial
José Vicente (Zé Vicente), casado com Francisca Santos de Araújo (Messinha) e
Manoel Vicente (Nezinho Vicente), casado com Orcinéa Araújo.

Os caçulas Zé Vicente (ao centro) e Nezinho (à esquerda).
À direita, Severino Fernandes (Bibi), filho de Soledade, da mesma idade que o tio Nezinho.

Família de Joaquim Vicente e Maria Armelina, em 1923.
Mariazinha ainda está de luto por causa da morte de sua mãe, em dezembro de 1922.

Pode-se dizer que filha sua também foi sua neta Hildete Fernandes, filha de Soledade e Godofredo, que ficou na companhia dos avós maternos durante toda a vida, até o seu ingresso na Congregação das Filhas do Amor Divino, assumindo o nome de Ir. Maria Salésia.

Hildete, partindo para o convento
Outra foto do instante em que Hildete partia para o convento


Quando Soledade foi acometida da primeira crise da dor ciática, sua irmã Santinha pediu para ficar cuidando de Hildete, que não tinha ainda seis meses de vida. Ficou tão apegada à tia que nunca mais saiu de sua companhia. Ao casar-se, Santinha levou-a consigo; ao falecer, Hildete veio para a companhia de seus avós.

Joaquim Vicente e Mariazinha eram comerciantes. Quanto ao modo de ser de cada um, escreveremos depois. Diremos aqui que eram bastante religiosos, iam diariamente à Santa Missa e ambos participavam do Apostolado da Oração, do qual Mariazinha era fundadora e sua 1ª. presidente. Muito devota de Nossa Senhora Auxiliadora e São João Bosco, fundador dos Padres Salesianos, tinha o sonho de ter um filho padre, como sua irmã Quininha tinha o filho Walfredo.

Mariazinha está ao centro, na frente do Pe. Emygdio Cardoso.
A segunda, à direita do sacerdote, é Teresa Bezerra Fernandes, a Mãe Tetê do Saboeiro,
mãe de Godofredo Fernandes.

Com temperamentos opostos, Quincente, como Mariazinha o chamava apressadamente, e ela viveram unidos até quando ele entregou sua vida a Deus, às vésperas de completar 100 anos. Celebraram Bodas de Ouro e Bodas de Diamante.

1943, Bodas de Ouro
Descendentes de Joaquim Vicente e Mariazinha, reunidos em frente à casa em que residiam,
ainda existente e pertencente aos herdeiros de Nezinho Vicente.

1953, Bodas de Diamante
Joaquim Vicente e Mariazinha com tantos de seus muitos descendentes,
logo depois da celebração em ação de graças, na Catedral de Sant'Ana de Caicó.



Foram 64 anos de união conjugal. Choraram a morte de três filhos e, apoiados na fé, suportaram a dor lancinante que é para os pais sepultar um fruto de suas entranhas.
Não faltam histórias hilárias para ilustrar a vida de Joaquim Vicente Dias de Araújo e Maria Armelina Dantas, a corajosa e intrépida Dona Mariazinha.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA AUXILIADORA
recitada por Maria Armelina Dantas

Ó Santíssima e imaculada Virgem Maria, nossa mãe, terníssimo e poderoso Auxílio dos Cristãos, nós nos consagramos inteiramente ao vosso doce amor e ao vosso santo serviço, entregando-vos a nossa alma com os seus pensamentos, o coração com os seus afetos, o corpo com os seus sentidos e com todas as suas forças, vos prometendo dirigir sempre as nossas ações para maior glória de Deus e a salvação das almas.
Vós, pois, ó Virgem incomparável, que fostes sempre Auxiliadora do Povo Cristão, continuai por piedade a mostrar-vos tal especialmente em nossos dias. Humilhai os inimigos da nossa Santa Religião e frustrai os seus perversos desígnios. Iluminai e fortificai os prelados e sacerdotes e conservai-os sempre unidos e obedientes ao Papa, mestre infalível da verdade. Preservai da irreligião e do vício a inexperiente juventude. Promovei as santas vocações e aumentai o número dos ministros sagrados para que, por seu intermédio, se conserve entre nós o Reino de Jesus Cristo e se propague até os últimos confins da terra.
Também vos suplicamos, ó grande Mãe dulcíssima, que nunca aparteis os vossos olhos da incauta mocidade, rodeada de tantos perigos, e dos pobres pecadores e moribundos; sede para todos, ó Maria, a doce esperança, a mãe de misericórdia e a porta do céu. Igualmente vos pedimos, ó grande Mãe de Deus, que nos ensineis a imitar as vossas virtudes, especialmente a pureza angélica, a humildade profunda e a ardente caridade, para que enquanto em nós couber, com a vossa presença, palavras e exemplos, sejamos representantes verdadeiros do vosso bendito filho Jesus no meio do mundo, fazendo com que todos vos conheçam e amem para também conseguirmos por este modo a salvação de muitas almas.
Concedei-nos, por fim, ó Maria Auxiliadora, que vivamos unidos debaixo do vosso manto maternal, sem que nenhum jamais se esqueça de vós. Fazei que nas tentações prontamente vos invoquemos com toda confiança. E, por último, a ideia de que sois tão benigna, tão amável, tão misericordiosa, e a lembrança do amor que tendes aos vossos devotos de tal forma nos animem que saiamos vitoriosos dos inimigos de nossa alma, a fim de que nos unamos convosco no paraíso. Assim seja.