Comandante Ezequiel e Mãe Tetê

Comandante Ezequiel de Araújo Fernandes
pai de Godofredo
          Nasceu aos 10 de abril de 1843, na Fazenda Limoeiro, município de Caicó, filho de Cosme Damião Fernandes e Isabel Maria de Araújo. Neto paterno de André José Fernandes (filho de Antônio Fernandes Pimenta e Joana Franklina do Amor Divino) e Luíza Maria da Encarnação (filha de Manoel da Anunciação e Lira e Ana Filgueira de Jesus); materno, de Filipe de Araújo Pereira (filho de Tomaz de Araújo Pereira, o segundo, e Teresa de Jesus Maria) e Josefa Maria do Espírito Santo (filha de Caetano Dantas Correa, o segundo, e Luíza Maria do Espírito Santo).
Casado, em primeiras núpcias, com Josefina Ernestina de Araújo Fernandes, filha de Manuel Alexandre de Araújo Guerra e Bartoleza Bezerra da Nóbrega. Neta paterna de Alexandre de Araújo Pereira e Joana Manuela da Anunciação, materna, de José Ferreira da Nóbrega e Francisca Bezerra do Sacramento. Seus filhos: Ezequiel de Araújo Fernandes Filho; Prof. Manoel Fernandes de Araújo Nóbrega, maestro da Banda de Música Caicoense; Aproniano Flósculo de Araújo Fernandes; Isabel Josefina de Araújo Fernandes.
Enviuvando, casou-se com Teresa Maria Bezerra de Araújo (carinhosamente chamada “Mãe Tetê), filha de Cipriano Bezerra Galvão e Isabel Cândida de Jesus. Neta paterna de Cipriano Lopes Galvão (3º.) e Teresa Maria José; materna, de Antônio Pereira de Araújo e Maria José de Araújo, com quem gerou os seguintes filhos: Maria Bezerra de Araújo Fernandes; Teresa Levita Fernandes, Santa, (casada com José Calazâncio Dantas Filho, filho do Coronel Bembém); Salatiel de Araújo Fernandes; Godofredo Fernandes (casado com Maria Soledade de Araújo, neta materna do Coronel Bembém); Silvino de Araújo Fernandes; Ezequias de Araújo Fernandes; Josias de Araújo Fernandes; Abdias de Araújo Fernandes, sendo estes três últimos falecidos solteiros.
Residia na Fazenda Saboeiro, de sua propriedade, e faleceu em Caicó, no dia 04 de abril de 1904.


Eis o seu assentamento de batismo, transcrito por Olavo de Medeiros Filho, em seu livro “Caicó, cem anos atrás”, do Arquivo da Paróquia de Sant’Ana de Caicó:
“EZEQUIEL, filho legítimo de Cosme Damião Fernandes, e de Izabel Maria de Araújo Fernandes, naturaes e moradôres nesta Freguezia do Siridó, nascêo aos dez de Abril de mil oito centos e quarenta e trez, e foi batipzado com os Santos Oleos aos dezenove do dito mez, e anno, na Fazenda – Limoeiro desta Freguezia, pelo Padre Francisco Justino Pereira de Brito, de minha licença: forão Padrinhos, Luiz Gonzaga de Brito Guerra, e sua mulher Maria Mafalda de Oliveira, por procuração, que aprezentou Anna Filgueira de Jesuz, solteira de que para constar mandei fazer este Assento, que assigno. – O Vice-Vigr°. Manoel Jozé Fernes”.

O seu falecimento também acha-se lavrado no referido Arquivo:
“Aos vinte quatro dias do mez de Abril de mil novecentos e quatro sepultou-se Cimiterio publico desta cidade o Cadáver do Cel. Ezequiel de Araújo Fernandes, cazado com D. Thereza Bizerra de Araujo Fernandes. Foi sacramentado e feito o enterro solemne pelo Vigario da Freguezia. E para constar mandei fazer este assento, que assigno. – Vigario Emygdio Cardôso”.

JORNAL “A REPÚBLICA”
Natal (RN), 17 de junho de 1904.

MUNICÍPIOS
Caicó

Este municipio ainda se acha dolorosamente impressionado com a morte inesperada do prestimoso e honrado cidadão, coronel Ezequiel de Araújo Fernandes, um dos homens mais respeitáveis desta localidade, que aqui sempre exerceu a sua benefica influencia na vida pública, cercado da sympathia e da estima do seus concidadãos, tendo exercido com honradez, dedicação e critério, quasi todos os cargos de eleição popular e nomeação do governo.
Vamos dar alguns traços da sua biografia.
O coronel Ezequiel de Araújo Fernandes, pertencente a uma das mais distintas familias desta localidade, nasceu a 10 de abril de 1843 e era casado em segundas nupcias com a virtuosa matrona, d. Thereza Bezerra de Araújo Fernandes.
Deixou dez filhos vivos, sendo seis do segundo casamento e quatro do primeiro.
O seu enterro e as suas exequias foram extraordinariamente concorridas, por amigos e admiradores deste e doutros municipios, que quizeram assim prestar mais esta homenagem ao cidadão que tantos serviços havia prestado á causa pública.
Damos pezames a sua inconsolável viuva e mais pessoas da sua família, especialmente aos seus dignos filhos e irmãos, professor Manoel Fernandes, major Aproniano Fernandes, dr. Manuel José Fernandes e padre Francisco Rafael Fernandes.
Continua cada vez mais triste e desolador o estado de secca que afflige este municipio. Temos visto preparações e signaes de chuva para outros pontos, porem aqui só nos chega, o sol, a fome e a miseria, que ameaça tudo consumir.

Correspondente